Nossa mente:
Há alguns meses (julho
2014) sentia que não ficava satisfeita com a maneira como eu mesma resumia uma
referência à parapsicologia. Deduzi que meu "lado racional" precisava
descansar. Uma pessoa comentou: que isso?... você acha que ficou maluca?
Respondi que "nem tanto": apenas sentia necessidade de recorrer com
menos frequencia ao controle racional de meus pensamentos.
Isso porque acreditava, até então, que o lado esquerdo do
cérebro comanda os processos racionais, ou lógicos, e que o lado direito
comanda os processos emocionais, ou analógicos. Esta declaração, porém, está
desatualizada, pois hoje se conhece melhor o trabalho conjunto das diversas
partes do cérebro, conforme relatado por Mary Silver, em "Epoch Times em
Português" (https://www.epochtimes.com.br/cientistas-fazem-novas-revelacoes-mito-cerebro-direito-esquerdo/#.VPziHPnF9Ch).
No entanto, sabemos por experiência que os momentos de lazer nos ajudam a equilibrar
melhor nossos sentimentos e atitudes, que algumas vezes ficam conflitados
diante das incessantes demandas do mundo ao nosso redor! A propósito, a "Inteligência Emocional", e seus diversos aspectos, é uma obra
desenvolvida por Daniel Goleman, com profundas implicações para o
autoconhecimento. Estes são hoje considerados como componentes importantes de nossa
personalidade e da forma como abordamos o mundo, e os nossos relacionamentos
(Mônica F.B.Correia, 1997 www.scielo.br/pdf/epsic/v2n2/a14v02n2.pdf, http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_emocional).
Mais tarde encontrei algumas referências aos eventos
denominados "extra-sensoriais", como a telepatia, que demonstram que
mesmo psiquiatras famosos hesitavam em definir estes fenômenos, embora houvesse
algumas evidências de que eles podem ocorrer entre pessoas muito próximas, como
parentes, e especialmente irmãos gêmeos (http://www.varchive.org/tpp/index.htm,
e http://www.varchive.org/tpp/similar.htm).
Naquela época eu procurava reunir evidências que
concorressem para uma explicação científica sobre o modo como funcionam algumas
terapias alternativas: como a meditação e as diversas formas de imposição das
mãos. Em paralelo estava estudando algumas filosofias religiosas, tentando,
talvez, encontrar "meu próprio centro".
Como o respeitado filósofo japonês Mokiti Okada (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mokiti_Okada)
gostava de citar William James, e sua abordagem pragmática da vida, procurei
conhecer melhor W. James (http://pt.wikipedia.org/wiki/William_James).
O psicólogo americano William James (1840 - 1910), em uma
série de palestras sobre "Teologia Natural", das quais surgiu o livro
"Variedades da Experiência Religiosa", 1902, aborda o tema da
conversão, citando também o processo psicológico de "unificação da
personalidade" (http://sacred-texts.com/etc/vre/index.htm)
Nas aulas IX e X, a respeito do processo de
"conversão", menciona WIlliam James as investigações do Prof.Starbuck,
que destacou as duas formas de processos mentais através dos quais ocorre a
conversão religiosa: uma delas é consciente e voluntária, e a outra é
involuntária e inconsciente.
Starbuck (conforme mencionado por W.James) as denominou:
conversão volitiva, e conversão por auto-rendição (ou negação de si mesmo). Na
forma volitiva parece haver maior participação da lógica, movida pela vontade;
já na auto-rendição, o buscador da Luz Divina "se rende, ou desiste".
Acredita que seu sofrimento não tem mais solução, e assim abandona o esforço
para se converter. É justamente então que se dá o processo de conversão, de
"renovação do ser", também denominado renascimento! Este processo
equivale a, de repente, nos lembrarmos de uma palavra após haver desistido da
tentativa de encontrá-la em nossa memória!
William James, como psicólogo, descreve o processo de
conversão como o encontro de um novo, e mais confortável, "centro"
para a personalidade da pessoa.
As idéias fluem melhor quando cansamos de tentar conduzi-las
com rigidez!
Dentre os ensinamentos budistas há uma etapa em que é
preciso "se esforçar para não se esforçar"! (Dalai Lama,1935, O livro
da felicidade: um guia prático aos estágios da meditação. Rio de Janeiro :
Ediouro, 2004).