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quarta-feira, 11 de março de 2015

Nossa mente:

 Há alguns meses (julho 2014) sentia que não ficava satisfeita com a maneira como eu mesma resumia uma referência à parapsicologia. Deduzi que meu "lado racional" precisava descansar. Uma pessoa comentou: que isso?... você acha que ficou maluca? Respondi que "nem tanto": apenas sentia necessidade de recorrer com menos frequencia ao controle racional de meus pensamentos.

Isso porque acreditava, até então, que o lado esquerdo do cérebro comanda os processos racionais, ou lógicos, e que o lado direito comanda os processos emocionais, ou analógicos. Esta declaração, porém, está desatualizada, pois hoje se conhece melhor o trabalho conjunto das diversas partes do cérebro, conforme relatado por Mary Silver, em "Epoch Times em Português"  (https://www.epochtimes.com.br/cientistas-fazem-novas-revelacoes-mito-cerebro-direito-esquerdo/#.VPziHPnF9Ch).

No entanto, sabemos por experiência que os  momentos de lazer nos ajudam a equilibrar melhor nossos sentimentos e atitudes, que algumas vezes ficam conflitados diante das incessantes demandas do mundo ao nosso redor! A propósito,  a "Inteligência Emocional", e seus diversos aspectos, é uma obra desenvolvida por Daniel Goleman, com profundas implicações para o autoconhecimento. Estes  são hoje considerados como componentes importantes de nossa personalidade e da forma como abordamos o mundo, e os nossos relacionamentos (Mônica F.B.Correia, 1997 www.scielo.br/pdf/epsic/v2n2/a14v02n2.pdf, http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_emocional).    

Mais tarde encontrei algumas referências aos eventos denominados "extra-sensoriais", como a telepatia, que demonstram que mesmo psiquiatras famosos hesitavam em definir estes fenômenos, embora houvesse algumas evidências de que eles podem ocorrer entre pessoas muito próximas, como parentes, e especialmente irmãos gêmeos (http://www.varchive.org/tpp/index.htm, e  http://www.varchive.org/tpp/similar.htm).
   
Naquela época eu procurava reunir evidências que concorressem para uma explicação científica sobre o modo como funcionam algumas terapias alternativas: como a meditação e as diversas formas de imposição das mãos. Em paralelo estava estudando algumas filosofias religiosas, tentando, talvez, encontrar "meu próprio centro". 

Como o respeitado filósofo japonês Mokiti Okada (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mokiti_Okada) gostava de citar William James, e sua abordagem pragmática da vida, procurei conhecer melhor W. James (http://pt.wikipedia.org/wiki/William_James).

O psicólogo americano William James (1840 - 1910), em uma série de palestras sobre "Teologia Natural", das quais surgiu o livro "Variedades da Experiência Religiosa", 1902, aborda o tema da conversão, citando também o processo psicológico de "unificação da personalidade" (http://sacred-texts.com/etc/vre/index.htm)

Nas aulas IX e X, a respeito do processo de "conversão", menciona WIlliam James as investigações do Prof.Starbuck, que destacou as duas formas de processos mentais através dos quais ocorre a conversão religiosa: uma delas é consciente e voluntária, e a outra é involuntária e inconsciente.
 
Starbuck (conforme mencionado por W.James) as denominou: conversão volitiva, e conversão por auto-rendição (ou negação de si mesmo). Na forma volitiva parece haver maior participação da lógica, movida pela vontade; já na auto-rendição, o buscador da Luz Divina "se rende, ou desiste". Acredita que seu sofrimento não tem mais solução, e assim abandona o esforço para se converter. É justamente então que se dá o processo de conversão, de "renovação do ser", também denominado renascimento! Este processo equivale a, de repente, nos lembrarmos de uma palavra após haver desistido da tentativa de encontrá-la em nossa memória!

William James, como psicólogo, descreve o processo de conversão como o encontro de um novo, e mais confortável, "centro" para a personalidade da pessoa.

As idéias fluem melhor quando cansamos de tentar conduzi-las com rigidez!      


Dentre os ensinamentos budistas há uma etapa em que é preciso "se esforçar para não se esforçar"! (Dalai Lama,1935, O livro da felicidade: um guia prático aos estágios da meditação. Rio de Janeiro : Ediouro, 2004).